sábado, 16 de fevereiro de 2013

tempo de meteoritos

estrelas cadentes passam nos jornais (abrindo crateras nos Montes Urais), enquanto - diante do que me cega - danço.
estrelas
errantes
(na cadência lenta-veloz do espaço)
o que é o tempo?
(mulher nua no balanço. tempo manso)
sábias senhoras, no compasso dos céus
(brincam conosco em seu carrossel)
nos despertam os sonhos
com seus raios de aurora
estrelas
(menores)
perdidas na areia
banham-se em silêncio
escutam histórias 
(as de amor, trazidas ao mar na doçura do rio)

eu rio.
estrelas da praia beijam meus pés
(estrelas brilhantes acima de nós)
(datas marcadas. tempo feroz)

e quando, enfim, nos vimos a sós
sopravam por frestas
nosso sono quente
vigiando, zelosas, as loucuras da gente.
(amor reprimido. tempo perdido)

silêncio no mundo - e um tambor no meu peito
eu sabia que ali, a cada segundo,
uma estrela nascia (ao passo que outra morria)
e entre cores, brilhos... e um céu infinito,
lá no alto uma história
um encontro (bonito!)
entre filha de estrelas, poeira estelar
(dores dentro)
centelhas
ouro do mar
e príncipe (ou rei?)
(que certezas terei?)
senhor de fogueiras, incêndios contidos...
folião curioso, brincando comigo!

entre cheiros - e toques
a energia dos corpos
acomodou-se entre as formas, e cores e vãos
até explodir
janelas afora, subir para o céu, crescer (e ir embora!)
(um amor desejado. tempo parado)

e foi tudo tão breve, um cometa brilhante
(uma onda do mar, carnaval de amantes)
tive medo de amar
(e seguir adiante)
e, brincante,
entreguei-me inteira ao desejo sem fim
com a bênção dos céus, santos e serafins,
consumi-me entre o brilho
ateei fogo em mim!

inês, morta e nascida e morta na sexta-feira de cinzas.

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