terça-feira, 30 de abril de 2013

amizade

na rua senhor dos passos vindos da pedra do sal
no silêncio do comércio, gritam os escritores e caminhantes
(noturnos)

lapas
confidenciam
mistérios de almas errantes, encontros, desejos, suspiros, histórias
(quem somos nós - que vindos de tão longe nos encontramos naquela esquina relembrando o poeta Sinal, salvador?)
amanhecemos, eternamente irmãos!
(mais um sinal no meu caderno de prezas)
e cá de cima eu vejo a noturna cidade, que engole violenta ellas e pais de família
a despeito do que há ali atrás da zona do cais - o mar.
cá de cima, à procura de uma tinta um muro: rio, te amo. rio, te deixo. queridos poetas, não se esqueçam de mim. abaixo a ditadura. vou voltar. minha história é mais bonita que a de robson crusoé.
um resto de tinta, um muro:

inês
(.)

sábado, 27 de abril de 2013

esquinas

cachaça
canela
pernas
tropeços
cheiro de doce cheiro
(na lapa as pessoas caminham e riem e dançam carregando suas todas faces)
sou uma bola de ferro e de repente sou fogo
haja mar.

inês.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

vou

céu
(tão longe o céu)
banho de azul - imenso azul querido
já não o mesmo que conhecemos nos tempos de brincar de deus
(tão novo céu, azul que nunca vi)
presente fresco de manhãs escancaradas
(irrompe esplendoroso ao espreguiçar o dia)

no tempo dos furinhos nas bases dos dedos, não esperava qualquer esquecimento
- como será possível esse escurecer interno? -
de que cada dia valeria a pena - único, única luz, único verde, único azul ou branco, único amor.
já podia voar, e posso ainda.

inês.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

abriu

brotam cá dentro lá fora nas pontas do corpo à espera de um vento
(um último sopro)
até que outros sopros me sequem ao sol!

então serei só:
a poeira e o resto do verde querido
amor (ressequido)
e só isso mesmo: mistura - tão forte!
entregue à sorte conexa ao tudo
sem medo, sem morte ou cantospalavras que irrompem do nada
- só o brotar teimoso
 do sempre.

dançamos ao vento
(à espera de um corte)

que outra beleza se há de querer?
(cá dentro, lá fora, esperar... e só ser?).

inês que viveu e inda não brotou.

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