domingo, 5 de dezembro de 2010

a casa

range a casa, range toda, estrala seu chão de madeira as portas as telhas os quartos as salas (pra que tantas salas tão inabitadas?)
cada canto carregado de poeira e tristeza, tristezas inesquecíveis rondando os cômodos.
(janelas doentes.)
e, mais que tudo, sempre silêncio, um silêncio sofrido por todos mas promovido por todos do café da manhã ao último chá.
esconderijos
nãos e trancas
trancas, nãos e esconderijos.
cachorros expulsos
amarga casa, amarga infância, amarga juventude.
(amargo amor doente e sufocante)

não há conversa (só desastres ecológicos)
(parece que possuídos pelo capeta da Igreja)
(eu também possuída por tantos capetas)

valorize, valorize, valorize
ame.

nunca amei isto aqui
maldição terrível de uma desgraçada família classe média à espera da morte.


inês.

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