quinta-feira, 12 de maio de 2016

flui

cá estou, cá fora, cá longe. de repente. sem fuga nem esconderijo.
alguma saudade - é verdade. convertida na mais pura ternura de quem não quer voltar nunca mais pra ficar.
a vida é assim mesmo, eu quero mesmo é isso aqui (ir).
(enfim, fui embora)
nada mais preso na garganta, mas muitos corações fora do peito.

sobre as ruas e janelas que cuidaram dos meus passos...
o respeito me liberte.

sobre o antes pouco, medíocre, pesado de inveja, o mau olhado, o controle, a sabotagem, o sem futuro...
a disciplina me liberte.

sobre aquele passado cercada de machos do passado, aqueles que tinham pavor da liberdade feminina, aqueles que não suportavam olhar uma mulher frente à frente...
o perdão me liberte.

sobre os amorzinhos, aqueles que de quem eu nunca mais vou sentir o cheiro...
o amor nos liberte.

sobre o novo, o grande e agora pra sempre sem fim...
a coragem me liberte.

braços abertos, fitando o atlântico (o passado e o futuro)
meu corpo na babilônia e no mato, na estrada, nas ondas, no céu...
viagem de cipó, passaporte, papo-reto...
novos amores, agora mais forte pra dizer "vem-que-tem" ou "vai-com-deus"
novos sinais, armadilhas, delícias, belezas e bênçãos...
a fé me libertou.

inês (eu tou ficando é mais velha, né mais boba não).

terça-feira, 10 de maio de 2016

tempo

lua cheia

sim, guiar o coração. por que não?
amores lentos, amores brutos... mentiras-olhares (silêncios-entregas). casos travados, casos esquecidos, guardados, amores metidos. casos perdidos.
promessas
apegos
desejos
perdão (liberdade)
- perfume-boemia-paumole -
- tesão-teoria-peloscheiros -
(o peito cheio)
novela. pé no cu. volta atrás. o revés, o urso-serpente, o trago, o engasgo, o cuspe o gozo o riso o sono
falo
grelo
carne-e-osso (chôro e flor)
a vela ainda acesa, o útero e a fome
a lua, a rua, o amor (soprando de novo).


lua nova

entre uma história mais bonita que a de Robson Cruzoé
olhos pesados e vazios, filha e pai (ou o contrário)
o futuro na beira do mar, eu e eu, dois navios em batalha colidindo
(ai, naufrágio novo, haja nunca-maises)
...
e trabalho mansinho
o olho tangente, menos fogo, mais veludo
(o medo olhando pra tudo, pedra e peixe, filho e mãe ou o contrário)
caminhada crua, vôo solto, a despedida, o broto de amor.
...
e lembrar de um lance aí, que chegou de outras vidas e não se sustentou
(dor e dor)
e pensar num troço aqui que me lambe a criança - filho ou eu?
(coisa de pele)

não sou eu quem me navega: forte à deriva
(dizer não a quem me suga: isso foi ser-forte)
vai-com-deus

a vida serenou, e nem sei mais se quem vai me matar é a beleza.
a mãe dos pecado capital é a vaidade
(e o maior feitiço ainda é o perdão)

flor, fruto, vôo livre, o tempo
(vai-com-deus).

inês.

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