segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dos duplos que não me pertencem

Enquanto as coisas todas acontecem – acreditei que precisava da sua explicação pros mil platôs – meu duplo mergulhado no piche busca o cheiro e a maciez de banana da boneca que se perdeu pra sempre...

Um outro duplo sumiu entre os abismos de corais e búzios, talvez um dia a gente ainda se encontre entre tambores ou ondas...

Outro está absorto na contemplação do mar imenso do Rio de Janeiro naquele apartamento imenso, vazio e cheio de coisas minhas, congelado numa posição já inatingível por meus olhares ou mesmo meus sonhos...

Outro ainda respira aquele cheiro de incenso, gelo seco, madeira e poeira dentro do teatro.

Outro se perdeu em histórias fantásticas que bem podiam se verdade, e espero ainda que sejam.

Outro sorve um leite morno ao som de cantos de amor e entrega, e se aninha em braços seguros, e contempla as cores da Floresta Negra.

Outros talvez sejam doloridos demais pra que eu me lembre deles.

Outros já foram completamente libertos.

Inês.

6 comentários:

  1. Passando pra deixar bjins
    e o desejo de um belissimo dia.

    "Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim. "Jean-Paul Sartre

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  2. Quantos sentidos em teu texto!!
    Encantador!!
    Beijo carinhoso
    Bea

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  3. há pedaços de nós espalhados em outros corpos, outros universos, pedaços do que já fomos ou queremos vir a ser.

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  4. Lindo momento onde as palavras carregam sílabas de sentimento...

    Parabéns

    Luis

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