domingo, 3 de maio de 2009

Só isso.

Caminhei pelas ruas durante a noite toda.
Acompanhada somente por um grande gato negro de olhos brilhantes, que seguia silencioso meus passos, lambendo delicadamente as estrelas que encontrava nalgumas poças d'água que havia no caminho.
Bebi vinho...
Fumei.
Encontrei pessoas igualmente errantes. Me assustei com gargalhadas que irrompiam na noite e flertei muitas vezes com janelas abertas.
Abracei velhas árvores, que me acolhiam com a ternura de ruas com cheiro de infâncias antigas.
Por fim, adormeci na escadaria do prédio de uma amiga que já não morava lá. E despertei com a fome da manhã que se descortinava pelos poros do antigo edifício.
Chegando a casa, cumprimentei meu pai, que lia cafeínicamente seu jornal, e me perguntou como havia sido a noite de filmes na casa de uma colega.
Ótima.
Tomo agora o banho dos justos, e lavo minha pele e meus cabelos, impregnados de noite e de sonhos.

Inês.

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