Enquanto as coisas todas acontecem – acreditei que precisava da sua explicação pros mil platôs – meu duplo mergulhado no piche busca o cheiro e a maciez de banana da boneca que se perdeu pra sempre...
Um outro duplo sumiu entre os abismos de corais e búzios, talvez um dia a gente ainda se encontre entre tambores ou ondas...
Outro está absorto na contemplação do mar imenso do Rio de Janeiro naquele apartamento imenso, vazio e cheio de coisas minhas, congelado numa posição já inatingível por meus olhares ou mesmo meus sonhos...
Outro ainda respira aquele cheiro de incenso, gelo seco, madeira e poeira dentro do teatro.
Outro se perdeu em histórias fantásticas que bem podiam se verdade, e espero ainda que sejam.
Outro sorve um leite morno ao som de cantos de amor e entrega, e se aninha em braços seguros, e contempla as cores da Floresta Negra.
Outros talvez sejam doloridos demais pra que eu me lembre deles.
Outros já foram completamente libertos.
Inês.
Fonte do Pinheiro
Há 4 meses