Enquanto Inês não volta a se expor e escrever, escrevo eu
(que estive com ela quando quase se afogou em lágrimas de saudade nos últimos domingos)
Escrevo que esteve só
Conhecendo lugares e pessoas fabulosas
E só.
Inês se perdeu.
Perdeu-se entre pernas
Entre braços
Entrecoxas.
Entrecortou-se em pedaços de mulher
Espatifou-se em canções de amor demais
Estilhaçou os próprios sonhos com a força autodestrutiva
(quase voluptuosa)
De noites multicoloridas
e manhãs silenciosas.
Inês saiu dizendo que ia comprar pavio pro Lampião
(ô mania de escapulir por entre palavras)
E conheceu viadutos bonitos no Túmulo do Samba.
Inês amou de verdade, nos últimos dias.
Um cineasta cubano
Um ator colombiano
Um percussionista paulistano
Um poeta lusitano
E algumas bailarinas
(Inclusive Leta, a pianista-boneca de quem Inês agora tem uma porção de retratos lindos impublicáveis.)
Inês riu todo o riso que tinha pra rir
(até então).
E agora descansa, sonhando com lençóis em varais, suco de uva fresca, joaninhas em joelhos e bons dias...
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E quanta revolta tem Inês!
ResponderExcluirE quanta dor, no fundo do cofre, onde deveria ter arrecadado o sol, às escondidas;
e quanta falta de azul e nuvens brancas de nascente, feitas aves migratórias a pousarem na areia do cansaço!
Avante Inês, até que a vida seja um balão de sorrisos, pousado no colo, lá ao fim da tarde serena!
Bj
M.M.