domingo, 5 de setembro de 2010

trechos

finda a era dos grandes amores e dos grandes sonhos (tão leve o que há dentro da terra quanto o que há no céu), há tantas dezenas de perguntas ainda sem repostas - e tantas mil respostas sem sequer uma pergunta que as aquiete - que o mundo assume por fim sua forma

de quadro colorido e constantemente transtornado e constantemente transmutado em outros tantos quadros
(eu tenho mais de 25 anos)

agora sei que o mar pode ser calmo e intranquilo ao mesmo tempo, gosto de descobrir caminhos que sequer existiam quando precisei deles, e gosto de quando descubro velhos caminhos - quase sempre musicais.

que bom que os homens inventaram a psicanálise (mas não acho nada disso necessário).

denso matagal me abraça quando o outro (...)
o não-eu, os limiares mutáveis de mim mesma, minhas transformações, meus silêncios submersos, meus segundos e centésimos e milésimos, o imenso não-meumismo de tudo o que considero meu
o nunca eu
o contrário e oposto revirado de mim (que é infinitamente maior que qualquer coisa que existe, porque tudo é tudo).

inês.

4 comentários:

  1. Belissima maneira de falar de si mesma...Maravilhoso refletir.
    bjos achocolatados

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  2. "o nunca eu
    o contrário e oposto revirado de mim"
    Muito lindo isso. Parece que sempre tentamos entender o nosso "oposto revirado", mas esquecemos que ele nos faz ser quem somos. Confusos, em busca de respostas, contraditórios.
    Adorei!
    Beijos!

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