finda a era dos grandes amores e dos grandes sonhos (tão leve o que há dentro da terra quanto o que há no céu), há tantas dezenas de perguntas ainda sem repostas - e tantas mil respostas sem sequer uma pergunta que as aquiete - que o mundo assume por fim sua forma
de quadro colorido e constantemente transtornado e constantemente transmutado em outros tantos quadros
(eu tenho mais de 25 anos)
agora sei que o mar pode ser calmo e intranquilo ao mesmo tempo, gosto de descobrir caminhos que sequer existiam quando precisei deles, e gosto de quando descubro velhos caminhos - quase sempre musicais.
que bom que os homens inventaram a psicanálise (mas não acho nada disso necessário).
denso matagal me abraça quando o outro (...)
o não-eu, os limiares mutáveis de mim mesma, minhas transformações, meus silêncios submersos, meus segundos e centésimos e milésimos, o imenso não-meumismo de tudo o que considero meu
o nunca eu
o contrário e oposto revirado de mim (que é infinitamente maior que qualquer coisa que existe, porque tudo é tudo).
inês.