sábado, 4 de julho de 2009

Não aguento mais esta festa

Não consigo não pensar... (no meio desta noite multicolorida)
Todas as coisas que agora existem em breve terão se desintegrado por completo, do limão no meu copo de caipirinha ao sorriso de Maria Elisa. A matéria se transforma, a energia se transfere. É o fim, não como existência, mas como significação desta existência (na minha consciência).
(Meu deus, ela entrou agora no bar, e a presença dela é quase uma moléstia!)
(Mas uma moléstia doce, como jabuticaba, me respondeu Luiz Gabriel.)
(Oh, eles enfim se beijaram! Os dois querem sexo, mas ela também quer amor, e eu nem quero contar a ela que isso de amor não existe.)
(Num assombro repentino me lembro do sorriso de Luciano, que está tocando num bar um quarteirão acima, e esta lembrança é como se fosse uma pequena morte...)
E isso que a gente faz - essa coisa de arte e tal - também não vai existir daqui ha um tempo. (um dia não haverá Tabacaria alguma!)
(Quanto desconforto!)
O samba continua, mas sem fazer sentido. Meu amigo que já me chamou pra dançar duas vezes já me irritou o suficiente pra levar um chute nos dentes.
(Não há náusea, nem enfraquecimento melódico...)
Me levantar, me despedir e sumir na noite. Não espero que ninguém me leve a lugar algum, porque sei como é ser abandonada com as calças na mão.
Ir embora sozinha.
(Inteira, como uma Tabacaria.)

Inês.

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